Jornalista acreana vence prêmio nacional que reconhece profissionais negros da imprensa: 'Muito honrada'

  • 21/11/2024
(Foto: Reprodução)
Hellen Lirtêz foi premiada com o troféu revelação Tim Lopes no "Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira", e foi a única da região Norte reconhecida na cerimônia que celebra profissionais que lutam contra o racismo. Hellen Lirtêz é a primeira acreana e única da região Norte a vencer o troféu revelação no Prêmio +Admirados Jornalistas Negros da Imprensa Brasileira Arquivo pessoal A jornalista ambiental acreana Hellen Lirtêz, de 24 anos, foi premiada como revelação no Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira em 2024. A cerimônia ocorreu em São Paulo e reconheceu profissionais que se destacam no combate ao racismo por meio do jornalismo. Lirtêz foi a única da região Norte premiada com o Troféu Tim Lopes, que é parte do projeto. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp A profissional se dedica a publicar reportagens sobre temas como justiça climática, racismo ambiental e direitos de populações marginalizadas, e diz que se sente honrada em ter sido reconhecida como uma jornalista que busca evidenciar, por meio da escrita, situações de disparidade social no Acre. “A minha contribuição no jornalismo hoje é poder fazer um jornalismo em profundidade, de qualidade, e trabalhar não para dar voz para povos originários e tradicionais, mas sim para fazer uma ponte entre justiça e sociedade e os direitos das pessoas”, destacou. O prêmio, que destaca jornalistas negros que se destacam em suas áreas de atuação, ocorreu no dia 11 de novembro, em São Paulo, e veio como um marco em sua carreira de apenas quatro anos, sendo dois deles dedicados à investigação ambiental e ao trabalho com populações indígenas e ribeirinhas. “Eu mais aprendo com o meu trabalho do que eu posso realmente oferecer, porque às vezes são situações tão específicas que eu não sinto que consigo fazer algo ali. Mas, eu tento fazer o que eu posso. Me sinto muito honrada em ter vencido [o prêmio], e isso com certeza vai me ajudar a aprimorar muito mais esse trabalho", comemorou. LEIA MAIS: Zileide Silva recebe prêmio de jornalismo da Câmara dos Deputados Ativistas do AC destacam importância do Dia da Consciência Negra como feriado nacional: 'Simbologia da luta' Projetos de educação antirracista de escolas da capital são vencedores do 6º Prêmio Acreano de Educação das Relações Étnico-Raciais Prêmio Sebrae de Jornalismo: g1 Acre e Rede Amazônica são os grandes vencedores em Rio Branco Hellen Lirtêz tem 24 anos, é acreana e jornalista ambiental independente; cerimônia de premiação ocorreu em SP Arquivo pessoal A jornalista, que atua de forma independente com reportagens publicadas no portal Amazônia Real, considera que sua conquista representa também a visibilidade para os jornalistas negros que, apesar de sua relevância, ainda são pouco reconhecidos. “Eu sou uma pessoa negra amazônida que tem traços específicos de uma pessoa da região amazônica, que entra em confluência também com traços indígenas. Isso muitas vezes é ignorado na pauta antirracista quando falamos no contexto nacional. Só no estereótipo afro da pessoa que tem o black, da pessoa que é retinta. E isso é um dos problemas que a gente tem no Brasil hoje, de atraso mesmo para reconhecer quem são as pessoas negras que estão nesse país", concluiu. Quem era Tim Lopes Tim Lopes tinha mais de 30 anos de carreira quando foi torturado e assassinado, em uma trajetória sempre marcada por uma obsessão: combater a violência, as injustiças e as desigualdades sociais por meio do jornalismo. Ele foi assassinado quando fazia uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Tim foi capturado, torturado e executado por traficantes. A confirmação veio após uma semana do desaparecimento. Homenagem a Tim Lopes no Centro do Rio Jornal Nacional/ Reprodução LEIA TAMBÉM: Memória Globo: Tim Lopes 'Onde está Tim Lopes?' estreia no Globoplay e lembra a história do repórter assassinado por traficantes no Rio Em suas matérias, o repórter assumiu disfarces para denunciar o que estava errado. Ele foi pedreiro para mostrar a dura vida dos canteiros de obras. Fingiu ser dependente químico para revelar irregularidades em clínicas de tratamento. Chegou até a se vestir de Papai Noel para falar do Natal de crianças que não tinham a esperança de receber a visita do Bom Velhinho. Até hoje, o julgamento dos responsáveis pelo crime é visto como um dos maiores processos do Judiciário fluminense. O processo foi concluído com 13 volumes. Racismo ambiental: ativista explica como falta de infraestrutura afeta população negra VÍDEOS: g1

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/11/21/jornalista-acreana-vence-premio-nacional-que-reconhece-profissionais-negros-da-imprensa-muito-honrada.ghtml


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